terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mais uma dica

Uma dica incrível que aprendi com um médico.

Para esta tosse que se apresenta acompanhando a gripe desta temporada, a medicação que fará a tosse desaparecer por completo é o já velho conhecido de todas as mulheres em período menstrual : Atroveran , na dosagem de 20 gotas 4X ao dia, ou, se necessário, aumentar para 30 ou até 40 gotas diluídas em água.

Ele garantiu que não há nada mais eficiente contra tosses compulsivas e constantes.

Amar é...

A Vida tem me proporcionado novos sentidos, possibilitando novos ângulos de percepção sobre o ato de amar e o próprio ato de viver.
E uma das coisas que tem sido muita valiosa é apreender que fomos criados para a abundância, que o Universo é abundante, que somos prósperos e ricos desde o momento em que nascemos e que aqui estamos para fazer florescer estas riquezas.
Assim, nossos relacionamentos passam a se apresentar como pontes de passagem para crescermos, para ampliarmos nossas possibilidades, para compartilharmos, para multiplicarmos esta abundância que o Universo nos oferece e para criarmos juntos mais abundância.
Às vezes é difícil conviver de perto com situações em que se percebe claramente o equívoco que representa atitudes tomadas pelo outro, especialmente, quando testemunhamos o sofrimento que aquela atitude tem provocado.
Se o nível de intimidade entre nós permitir, talvez em algumas conversas seja possível ajuda-lo(a) , mas, nem sempre isto é possível e nem sempre o outro está convencido de que uma ajuda nossa poderia ser bem vinda naquele momento.
Então, nos cabe estarmos atentos aos fatos, para que o abraço esteja presente no momento oportuno, como uma oferta de carinho e de aconchego.
Podemos também emitir nossas melhores energias e soltá-las ao espaço, para que pairem abundantemente sobre aquele ser enchendo-o de inspiração, de bom ânimo e de boas energias.
A grande dificuldade reside mesmo em aceitarmos o tempo do outro para algumas questões, reconhecendo e respeitando sua individualidade.
A dificuldade maior, na maioria das vezes, reside na verdade, em aceitarmos o nosso próprio ritmo, o nosso próprio tempo interno, a nossa própria melodia.
A grande dificuldade está em perceber que o fruto não cai do pé antes da hora e que viver é, antes de tudo o mais, aprender, aprender e aprender e para que tal seja possível, é necessário sempre procurar viver da melhor maneira – já que ninguém falha por escolha – e usufruir de todo o direito à abundância que o Universo nos oferece a todo o instante.
O grande lance é acolhermos o outro exatamente como se apresenta, sem imposição de nossas concepções, de nossos valores, sem pressões, que ninguém suporta viver sob pressão, especialmente em situações extremas.
O difícil, na nossa cultura, é amarmos incondicionalmente, já que fomos criados sempre sob condicionais, sob ameaças de castigo se não correspondêssemos à expectativa dos pais e da família, dos professores, das autoridades religiosas, das leis criadas pelo sistema governante, etc, etc, etc, num etc sem fim...
Fomos acostumados a limitar nossos anseios, nossos talentos pessoais, nossos planos, nossos sonhos, nossa própria capacidade de criar e de amar, dentro de grossas paredes podando nossa espontaneidade, nosso senso de abundância e de leveza de ser.
Tantas imposições, tantas condicionantes, fizeram de nós seres mesquinhos com nós mesmos, com nossa história e com o outro.
Não é poupando, economizando, guardando no cofre, regulando, nos fechando, que estaremos atraindo a prosperidade e a abundância.
Quando entramos numa loja, nossos olhos e nossos sentidos sempre são atraídos pelo que há de mais caro. Sabe porque? Porque a nossa alma existe para a abundância e não para a mesquinharia.
Nós é que a reprimimos, em função do nosso saldo bancário e da disponibilidade financeira e acabamos fazendo mil e uma contas, para sairmos daquela loja não com o que nossa alma “logo de cara” gostou, mas, com algo bem mais em conta.
Como o difícil não é necessariamente impossível, podemos tentar, e com o tempo começaremos a alcançar aquilo que desejamos e que projetamos.
A abundância é libertadora, ela é uma faceta do Amor que se apóia na fé.
Embora semelhante atraia semelhante, é na diversidade que a existência se sustenta e é na diversidade que geramos a abundância.
Então, se você me perguntar,: - “E então, o que é amar?“. Minha resposta será: “Amar é viver na abundância. Amar é gerar abundância. Portanto não seja econômico com a vida, com o outro(a) e menos ainda com você mesmo(a).”

Lúcia M.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Paciência com o paciente!

(da série "Relatos da América")

Tenho tido a oportunidade de trabalhar com pessoas que ou são portadoras de males crônicos e sem cura, ou são muito idosas e mais próximas da morte do que eu, pelo menos aparentemente. Esta é uma experiência completamente nova para mim, e mais ainda, em um país com uma cultura tão diferente da nossa.
O que mais me chama a atenção é que aqui nos Estados Unidos a pesquisa, o desenvolvimento de instrumentos e de recursos técnicos na área da Saúde é dinâmico e intenso e não faltam recursos materiais para estas conquistas, possibilitando ao doente contar com muito mais recursos do que no Brasil em geral.
Existe porém um aspecto que me chama a atenção e que me parece profundo e digno de reflexão: o que se está oferecendo a estes pacientes é a perspectiva de cura ou apenas um prolongamento de “vida”?
A classe médica entende que se deve prolongar a vida do doente o máximo possível, e para isto, conta com convênios médico-hospitalares que cobrem em geral todas as despesas dos pacientes.
Por conseqüência, o doente crônico tem condições de sobreviver durante anos, décadas até, sob tratamentos paliativos à base de fortes medicamentos, que, na maioria das vezes, apenas abreviam o sofrimento enquanto mantém o doente aprisionado e refém de constantes alterações emocionais, além da evidente interferência no seu raciocínio lógico.
Isto é, o paciente que antes tinha um problema de saúde passa então, a ter muitos mais e entre outros, passa a ser dependente de mais medicamentos para “viver”.
Nesta função que exerço aqui na Flórida, de cuidar de senhoras idosas doentes, algumas das minhas clientinhas têm me proporcionado a oportunidade de observar que na maioria das vezes, estes paliativos acabam conduzindo-as a um inevitável isolamento social, já que não mais conseguem manter um mínimo de coordenação e coerência em seu comportamento.
Este ciclo cruel rompe a troca afetiva e social, além de desenvolver uma rotina diária baseada nos seus horários de sono, que são muitos, variados e pequenos ao longo do dia.
Além deste fato, tenho observado que o paciente nestas condições, e provavelmente em função deste isolamento social e do próprio sentimento de impotência misturado com um sentimento de fracasso, desenvolve uma relação espantosamente egocêntrica com o mundo ao seu redor.
Neste universo restrito, o jogo de culpa aliado ao remorso, sofrimento e dor física (real) ditam a tônica para os relacionamentos em geral, seja com parentes mais próximos ou até com aqueles que lhes dedicam cuidados e esforços movidos por um real desejo de lhes proporcionar algum bem-estar.
O mais surpreendente é constatar que o mesmo país que dispõe de tanto capital e recursos avançadíssimos para “prolongamento de vidas” não se dá conta de que o “pacote vida longa ” deveria vir acrescido de um acompanhamento específico de profissionais da área da Psicologia e Psiquiatria, o que não é comum aqui, porque os convênios médicos não contemplam este tipo de atendimento.
Felizmente, a diferença básica entre o atendimento médico daqui e do Brasil é que a maioria de nossos profissionais da área da Saúde se envolve de fato com o seu paciente e com a profissão que escolheram, o que já não é comum na maioria dos profissionais daqui.
Além disto, o Brasil não conta com tanto recurso econômico e financeiro como aqui e por esta razão, a eutanásia é um assunto completamente distante da nossa realidade, já que o sistema de Saúde não tem condições de arcar com os custos de manutenção de uma vida artificialmente mantida.
O que percebo é que além da capacidade insuperável de se prolongar uma "vida” por décadas, aqui o sistema não só assume as despesas como se aprimora tecnicamente cada vez mais para tal . Assim, se distancia cada vez mais da reflexão sobre a necessidade fundamental de acompanhamento psicológico e psiquiátrico para os doentes, de um “olhar” mais humano para questões humanas. O suporte psicológico e emocional é uma ferramenta indispensável para este estágio delicado de “sobrevida”, que, na verdade, vem a ser uma maneira completamente nova e diferente de viver, até então desconhecida pelo paciente.
Mas, a questão que páira sobre a minha cabeça é relacionada justamente à expressão “sobrevida”, uma vez que quem sobrevive não mais vive simplesmente, apenas enfrenta o desafio diário de aqui estar ainda presente de corpo, sendo que na maioria das vezes o cérebro se tornou um depósito desorganizado de informações fragmentadas e o coração abriga sentimentos controversos onde a baixa-estima, a dor, a mágoa, a culpa, a sensação de abandono são verdadeiros desafios com que passa a conviver o tempo todo, transformando a sua vida, a sua “sobrevida” numa total atormentação.
Assim, deixo uma semente de reflexão : até que ponto é válido esta atitude da Medicina, que, no fundo, não aceita a morte pelo simples fato de que aceitá-la significa atestar a sua limitação no processo da cura?
Parece que acima de tudo existe uma sensação de vazio em que a frustração acaba sendo a grande impulsionadora das pesquisas na área da Saúde, onde o profissional da Saúde é o agente que entende dos recursos, mas esquece de se aprofundar nos seus conhecimentos sobre a alma humana...

Lúcia M.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A conquista do espaço

São muitas as vezes em que nos sentimos invadidos e desrespeitados por alguém, que até aquele momento, acreditávamos ser muito amiga(o) e que de repente nos surpreende com atitudes egoístas, não levando em consideração nossos sentimentos e desejos.
Ficamos injuriados, magoados e confusos com a naturalidade com que a pessoa agiu, centrada apenas no seu próprio umbigo.
Após passado o efeito do mal estar provocado por aquele comportamento unilateral, devagarinho, um pouquinho por dia, vamos tentando entender o ocorrido, movidos pela necessidade de virar aquela página para podermos esvaziar da alma o sentimento que ficou, ligado àquela pessoa.
Percorremos então, através da memória, as cenas das inúmeras situações vividas em conjunto, numa tentativa de recompor o quebra-cabeças, para entender o que se passou.
E assim, dia após dia, vamos nos reanimando e abrindo o espaço dentro de nós para uma reconciliação ou para o término definitivo daquela relação.
Procuramos em conversa, escutar os motivos do outro(a), o que pode resultar em um reencontro sob novos parâmetros ou mesmo em uma tentativa em vão.
Com o tempo e no exercício contínuo de uma faxina interior, para que em nenhum canto escondido persistisse em existir alguma mágoa guardada, alguma dor reprimida, algum equivoco mal entendido, vamos decodificando tudo o que até então eram fios mal enredados, como uma nuvem escura estacionada, que nem fazia chover e nem se dissipava.
E vamos, pouco a pouco, percebendo que ninguém ocupa em nossa vida um espaço que não existe.
Vamos entendendo que nós mesmos é que criamos um abertura deliberada, um espaço liberado sem medidas, para que a invasão ocorresse.
Vamos libertando o outro de todos aqueles sentimentos negativos que lhe havíamos dirigido, compreendendo que as regras de uso e de trânsito deste espaço que somos nós, nós mesmos é que criamos e que cuidamos para que sejam respeitadas para evitar invasões repentinas e mal intencionadas.
Na maioria das vezes mais demorada do que desejávamos, esta liçãozinha é muitas vezes sofrida, mas nos traz um grande sossego de alma e a sensação de tomar em nossas mãos a responsabilidade pelos acontecimentos em nossa vida, nos trazendo uma liberdade que independe do cenário externo.
Vamos conseguindo então nos libertar da nuvem negra que pairava sem movimento sobre nós, que nos mantinha estacionados no mesmo lugar, para conseguirmos respirar a leveza do ar que flui solto, livre, abrindo mão do Passado e nos abrindo para o momento Presente sem dor, sem rancores e nos amando a cada dia um pouco mais.

Lúcia M.

Senhor do Tempo

Benvindo, Senhor do Tempo
vem chegando de viagem
encosta aqui, bem juntinho
vai abrindo sua bagagem...

Como um mago de cartola
no grande dom da magia
faz brotar no hoje o ontem
de dentro da fotografia.

Corrompo a contagem do tempo
desfeito através de imagens
memórias guardadas na pele
como finas tatuagens
desfilam na minha lembrança
como se fossem miragens.

Senhor da vida e da alma
por favor, responde, me acalma
Afinal, meu Senhor,
tu és quem, conta pra mim de onde vens?

Lúcia M.