quarta-feira, 26 de maio de 2010

Natureza

Terra úmida, cheiro bom,
plantação, flores, folhas, vento
som, passarinho marrom.
pássaro grande, vermelho e preto.

Aspira o perfume no ar
do mato verde, da flor.
Semente que o vento trouxe
e passarinho esparramou.

Perfume que atrai bichinhos
grilho, gafanhoto, minhoca
insetos diversos, borboletas,
sinfonia divina que nos toca.

Sente o vento que assobia,
que vem, passa e esquenta
sacodindo as folhas no ar,
mensagem de amor e paciência.

Passarinho maroto
dialoga com o vento
semente no bico
realiza seu intento.

Gnomos, fadas, duendes,
lá estão a descansar
protegendo a criação
a vida ajudando a enfeitar.

Lúcia M.

Barco tinhoso

Aquele barco tinhoso
velas de pano a chacoalhar
sua rota na água desenhando
tenta a terra alcançar.

Naquele mar de esmeralda
crespo e altivo, manso e liso
sob o vento se curvava
alcançando seu destino.

Velas, panos tremulando
compondo uma música no ar.
Vento forte desafiando
querendo o barco virar.

Marinheiro experiente
como quem sabe e entende
puxa daqui, afrouxa dali,
para o barco seguir em frente.

Mirando o distante porto
vence o vento, rompe as águas
navegando lentamente
enquanto observa a mata, as casas,
qual pinturas colorindo a mente.

Lúcia M.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Diferentes dimensões

Aqui na Terra, aonde habitamos com nossa percepção em terceira dimensão, não conseguimos perceber qualquer energia que esteja vibrando em outras dimensões - por condicionamento, por comodismo ou por acreditarmos que o mundo é constituído apenas do que é concreto, palpável e que portanto, conseguimos enxergar, ouvir e tocar naturalmente.
Como cegos, descartando qualquer possibilidade que se encontre fora de nosso alcance, vamos criando crenças, preconceitos e impondo limites a nossa própria expansão, sem nos darmos conta de que diferentes freqüências de energia se consolidam e se representam em diferentes dimensões.
No entanto, qualquer ser humano, qualquer animal, ave, peixe, flor, planta, consegue traduzir na energia emitida por algum ser ao seu lado, quando se trata de uma manifestação de medo, ou de raiva, ou de afeto e de amor.
Muitas pesquisas tem sido realizadas por cientistas das mais diversas áreas, especialmente da neurologia, para comprovar e medir a densidade de diferentes energias, inclusive de sensações, sentimentos e do pensamento humano.
A Física Quântica veio para provar cientificamente que nada neste mundo pode ser plenamente previsto e corrobora com o conceito de que as dimensões são variadas e que milhões de fenômenos acontecem em dimensões acima de nossa capacidade visual e táctil, sem por este motivo deixarem de ser verdadeiros, como por exemplo a energia eletromagnética.
Já bem conhecido de todos, o Dr. Masaro Emoto fotografou em microscópio as moléculas de água sob a interferência de diferentes sentimentos, sensações e pensamentos, gerando diferentes imagens como reação a cada diferente tipo de emanação de energia.
As mazelas das guerras têm levado os cientistas a inventar aparelhos cada vez mais sofisticados para vasculhar o universo do pensamento e dos sentimentos humanos, assim como os compartimentos da memória, sem conseguir ainda uma resposta definitivamente satisfatória.
Aliás, o sistema cria as guerras, sacrifica toda uma população de jovens fortes e saudáveis, entupindo o seu emocional com visões e com experiências traumatizantes e em seguida, em face à criação de uma geração de jovens completamente desajustados social e emocionalmente, criam laços comerciais fortes com os laboratórios médicos e destinam valores enormes para tentar “apagar” da memória daqueles todas as marcas profundamente negativas que, como tatuagens, ficaram registradas em seus corações e mentes para sempre, percebendo os sentimentos e pensamentos associados somente ao cérebro físico.
Mas, será que energias como a magnética e uma infinidade de outros tipos de emanações mais sutis, são mesmo marcas registradas apenas no nosso corpo físico ou habitam uma outra dimensão, que não alcançamos através do simples olhar ou de recursos tecnológicos de medição hoje existentes?
Energias sutis, como aquelas que emitimos a partir de um sentimento, de um pensamento ou de um desejo, são forças capazes de fazer brotar um forte vínculo de amor, de simpatia ou de rejeição em relação a outra(s) pessoa(s) ou situação, muitas vezes, apenas através de impressões causadas por um abraço, um suspiro, uma frase, uma imagem, um sentimento expresso, através da música etc...e mesmo sem podermos mensurar não há como negar sua existência e poder.
O homem explora o espaço, escava buracos na crosta da Terra, pesquisa a profundeza dos oceanos e agora escarafuncha o cérebro humano em busca de respostas a questões as mais diversas, mas, não conseguiu ainda entre outras coisas, mensurar a força que mais movimenta todos os seres, especialmente o ser humano, chamada Amor...

Lúcia M.

Dialogando com a Vida

A “Vida” está o tempo todo dialogando conosco e muitas vezes, a gente não consegue entender o que ela está querendo nos dizer, como se houvesse uma diferença de idioma entre nós e “ela”. Teimamos em continuar conduzindo nossa vida por uma direção que não é a mais adequada, mas, continuamos e vamos seguindo por aquele caminho, até que de repente, a ”Vida” nos manda um recadão, daqueles que não dá para fingirmos que não percebemos. E então, infelizmente, a primeira reação da gente é reclamar, maldizer a vida, maldizer a Deus, maldizer o destino, e por aí vai... E porque será que acontece assim com a grande maioria das pessoas? Porque não paramos para prestar atenção no que nosso “Eu” tem a nos “dizer”. Teimosamente, por comodismo, agimos como se não estivéssemos entendendo que aquela é a oportunidade que a Vida está nos proporcionando para iniciarmos a nossa mudança para enfim, expandir o nosso melhor. Muitas vezes, insistimos tanto em permanecer na mesma postura, naquela posição, como seres estáticos, que a Vida se vê forçada a apelar para uma situação mais drástica, para ver se consegue nos movimentar em direção ao novo. E, insistentemente, sem pararmos para prestar atenção ao que acontece, ficamos a nos lastimar e a praguejar contra a vida, nos colocando na posição de vítimas do destino, insistindo na postura estática, sem captar que vida é antes de mais nada, movimento, dinamismo. Damos importância a tantas coisas externas, depositamos nossa energia em coisas, em pessoas, em lugares, em projetos, que nem de longe nos dizem respeito e não percebemos que vamos nos distanciando de nosso “Eu”, que encolhidinho, fica lá jogadinho num canto, aguardando pelo momento de ser reconhecido na sua importância, de ser “escutado” e de ser valorizado como merece. A “Vida” não mede esforços para que cada um de nós caminhe em direção à evolução, ao progresso pessoal, mesmo que nem sempre enxerguemos com lentes transparentes, sem disfarces, sem subterfúgios, sem justificativas inventadas como desculpa para adiarmos o momento das mudanças que precisam acontecer. Também não é preciso que nos martirizemos e nos sintamos culpados e em débito pela nossa demora em tomar a iniciativa de mudar a direção do nosso leme no mar da vida. Não há porque se culpar, não há porque pensar que não somos dignos de oportunidades melhores e mais estimulantes na nossa jornada. Muitas vezes nos comportamos como crianças mimadas diante da vida, que pacientemente nos ajuda a levantar e encontrar o ritmo e a melodia correta para “dançarmos” juntos a “dança da Vida”. A Natureza não dá salto e o fruto colhido antes do tempo perde completamente seu sabor e viço. No programa dos “Alcoólicos Anônimos” aprende-se a respeitar o ritmo natural da vida e aprende-se que o importante é viver cada dia como se fosse único, dando um passo de cada vez. O grande segredo da nossa existência, do nosso caminhar é: viver um dia de cada vez intensamente, saborear com todo nosso ser tudo que a vida nos oferta diariamente, estabelecer metas claras, focar em nossos objetivos, confiar e seguir adiante na certeza de alcançar o que se deseja, mas sempre em concordância com aquela vozinha interior, que não se cansa de “cochichar” no nosso ouvido aquilo que de melhor podemos fazer por nós mesmos. Quando assimilamos isto, instantaneamente percebemos que não mais os outros são os culpados por nossas fraquezas, por nossas falhas, pelos acontecimentos aparentemente desastrosos em nossa vida. Tomamos as rédeas da nossa vida e com ela interagimos em clima de parceria, sem fazer dela uma inimiga cruel ou atribuir-lhe poderes absolutos e supremos de autoritariamente nos negar aquilo que é de bom e de nos castigar por falhas e deslizes cometidos. Esta herança milenar de nos sentirmos perseguidos, culpados ou indignos do direito à própria felicidade, que tem suas raizes nos sistemas políticos autoritários e nas crenças religiosas medievais, baseados no culto à autoridade maior que era quem determinava se e quando poderiamos ter acesso a direitos elementais e no castigo, ainda se faz muito presente no nosso inconsciente coletivo e precisamos urgentemente esvaziar esta “mochila” que nos arca as costas e nos reconhecemos como seres livres e com ritmo próprio de evolução. O José Simão, conhecido nosso da mídia escrita, criou um “slogan” que retrata muito bem tudo isto, dizendo”- “Quem fica parado é poste.”

Lucia M.