domingo, 13 de novembro de 2011

Nosso maior inimigo

A gente se debate, se defende, critica, ataca, se revolta, se ofende, se magoa, sente ódio, se chateia, fica irado, se deprime, sempre atribuindo a causa destas atitudes que tomamos a alguma ação praticada pelo outro, seja este outro alguém muito próximo ou muito distante.
A gente se envaidece quando um filho(a), um irmão (irmã), um amigo(a) muito próximo(a), um vizinho de bairro, se torna pessoa consagradamente conhecida, seja pelo cargo político que ocupa, seja por estar a toda hora aparecendo na TV ou em revistas...Acreditamos sermos mais valorizados como conseqüência disto.
A gente espera que todas as pessoas com quem temos algum tipo de contato durante nossa vida, nos admirem, nos estimem e, se possível, nos invejem também...
A gente sempre tem a tendência a achar que se algo não aconteceu exatamente como esperávamos, como gostaríamos, é porque outra pessoa não fez a sua parte tão bem feita como a gente fez.
A gente se entristece diante de uma decepção e logo assume o personagem de vítima, mas não sem antes ter a certeza de que todos aqueles que nos cercam percebam nossa mudança de humor.
A gente fica o tempo todo de nossa existência batalhando e dando tratos a nossa criatividade para conseguir adquirir aquele sapato, aquele aparelho de TV que acabou de ser lançado, aquela casa, aquele carro, e por aí afora, tudo aquilo que poderá criar para o outro uma imagem que retrate o quanto conseguimos conquistar, materialmente falando.
Tudo isto e muito mais nos ocupa em nosso dia-a-dia sem nos darmos conta.
Estas e outras milhares de circunstâncias semelhantes espelham o quanto nosso Ego nos influencia, o quanto o nosso Ego interfere em nosso cotidiano, o quanto nosso Ego se comporta como um déspota envolvente e autoritário.
O Ego, o pai do EGOismo, é quem cria em nós o senso de individualidade. Seu lado negativo é a constante busca por poder e por domínio.
Seu lado construtivo nos mobiliza em busca da satisfação das nossas necessidades, em busca das conquistas, não só de bens, mas, também de crescimento espiritual e de conhecimento.
A gente tem mais é que ficar atento a este tal de Ego, que está sempre à espreita, procurando nos seduzir, nos dominando o tempo todo e nos embaçando a visão.
Então, você deve estar pensando : - “E eu faço o que para me livrar deste Ego tirano?”
Para não se atropelar e criar uma sensação de impotência e de fracasso diante do Ego imperioso, não há outro jeito senão ir se desnudando desta capa tão envolvente que se chama Ego.
Vou lhe sugerir adotar um novo olhar sobre si próprio(a), sobre as outras pessoas e sobre os fatos.
Posso lhe afirmar, por experiência própria, que não é fácil dominar o Ego e também lhe asseguro que esta é uma conquista que acontece em etapas, trazendo uma sensação de gratidão e de grande realização a cada passo dado.
Quando o Ego se instala dentro de nós, como uma neblina embaraça nossa visão e confunde a realidade, nos levando muitas vezes a perceber o outro como algoz, seja este outro Deus, o governante de nossa comunidade, uma autoridade qualquer ou uma pessoa de nossa convivência diária.
Pode também, o tal do Ego, nos levar a atribuir a alguma força externa tudo de bom que acontece em nossa vida, sem perceber que é o Universo que nos responde de acordo com os sinais que emitimos.
Um dos requisitos básicos para ir diminuindo a força de nosso Ego é nos abrirmos para o que acontece bem ali, ao lado, derrubando condicionamentos, abandonando antigos paradigmas, abrindo nosso coração a um novo sentir e um novo olhar sobre a verdade do outro.
Esta é a única moeda que enriquece a nossa existência.
Assim, vamos conseguindo abrir novos espaços, a cada dia mais, para compreendermos que somos todos humanos e somos todos vulneráveis, cada qual com suas fraquezas e com seus méritos, mas, trazemos todos um tesouro cheio de riquezas, que enxergado através da lente do coração, sob a claridade do sol, brilham e refletem a nossa verdadeira e mais autêntica luz.

Lúcia M.

Coração

Coração é que nem terra
onde se planta
onde se colhe
onde com toda energia
a vida se manifesta.

Delicado e resistente
no peito pulsa atento
dicionário de idiomas
traduzindo sentimento

Nem grande, nem pequeno
cabe dentro do peito
É quando bate
que avisa
que a vida
vibra lá dentro.

Lúcia M.