sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Tempo

Tic-tac-tic-tac bate o relógio marcando o implacável tempo.
Primavera, verão, outono, inverno,
estações do tempo a nortear nossos sentires,
a orientar a flora, as frutas, as plantas, os pássaros, os animais...
Chove, faz frio, faz sol, venta forte é o ar manifestando o tempo.
É noite, é dia, é tarde, é manhã, é o Sol marcando o tempo.
O céu é o relógio do Tempo, 365 dias iluminados pelo Sol, 364 noites iluminadas pela Lua.
Tempo de sorrir, tempo de chorar, tempos internos em nosso ser.
Tempo de semear, tempo de colher, tempo, tempo, tempo...
Tempo desenhado na pele, como memória, como tatuagem.
Tempos idos, tempos futuros, tempos que são um presente.
Tempo que cura as feridas abertas por um velho amor...
O corpo responde o tempo todo ao tempo: hora de dormir, hora de acordar, hora de comer, hora de eliminar líquidos e sólidos...
Tempo marcado no calendário: juliano, gregoriano, Universal coordenado, islâmico, hebraico, chinês...
9 meses, tempo de gerar, mas também podem ser 7 meses, ou mesmo 8.
5 minutos de agressão que podem durar o tempo todo da nossa vida, lá dentro no arquivo da memória emocional...
Uma hora no forno e surge o bolo mais gostoso que já se comeu nesta casa.
Ouvindo aquela história de encontro, de amor, parecia até que o tempo havia parado, de tão calorosa e envolvente.
Uma hora no dentista, se parece com todo um dia de sofrimento (desculpe-me a sinceridade, meu querido dentista Dr. Fabiano).
Um aperto de mão, um abraço caloroso, segundos de luz iluminando e aquecendo toda uma vida
O bebê chorou por 2 horas que mais pareceram uma torturante eternidade.
Sentada ao lado do telefone, celular atento na mão, coração pulsando forte, foram os 20 minutos mais longos da minha vida...
2 horas de muito amor que podem durar para o resto da vida em um coração apaixonado.
Comer mais devagar, dar tempo para a comida passear por todo o corpo...
E eu aguardando ansiosa o placar, nervosa, esperando pela minha classificação naquela competição...minutos de extremo stress...um tempo que durou uma eternidade
Mãe de primeira viagem, ao amamentar preste atenção: 15 minutos em cada peito são suficientes.
Em apenas 40 minutos daquele tratamento de Apometria conseguimos consertar tantas feridas abertas por muitas vidas...
Imersa naquele livro e naquela história tão incrível, lá se foram 3 horas seguidas, mas, nem senti o tempo passar.
Era de 5 horas a diferença de fuso horário, e quando cheguei, parecia que havia dado uma rasteira no tempo, cheguei ao meu destino antes da hora em que havia partido...
O despertador tocou, me avisando que era hora de me levantar, tempo curto para tantas atividades, que tempo louco!
O fogo se propagou tão rapidamente, que em 3 horas destruiu toda a casa, muito pouco tempo para tanto fim.
Durante 4 meses acompanhei minha avó no seu crochê de quadrados coloridos e hoje, 25 anos depois, envolvo minha pequena filha naquela coberta cheia da sua energia.
Não se atrase, porque o vôo vai sair exatamente no horário.
Foi uma longa reunião de 4 horas, mas, descobri depois que poderiam se resumir em meia hora, não fossem os Egos inflados em exibição ao redor daquela mesa.
Foram 5 dias de viagem tão marcantes, que em tão pouco tempo minha concepção sobre a própria vida mudou.
Aquele sorriso saindo da alma e passando pela boca, pelos olhos, por todo o corpo, em segundos, iluminou toda aquela sala.
E as fotos revelando um tempo que já se foi...deixando saudades...marcando a história...
Tempo, o grande mestre a nos ensinar a paciência e a paz.
Nunca um “sim”, que durou um segundo, foi tão significativo e determinante para o resto das nossas vidas.
O tempo passou e meu rosto, meu corpo, meus olhos revelam o tempo.

Lúcia M.

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