sábado, 27 de junho de 2009

Uma questão de praticidade

Sabe aquela pessoa que nos magoou, que foi desonesta conosco, que se aproveitou da nossa fragilidade e nos prejudicou, que nos explorou, que nos traiu, que nos roubou, que nos humilhou, enfim, aquela que na nossa lembrança aparece envolta em uma mancha escura ?
Existe um nó em torno do seu nome e da sua imagem, como uma névoa, que na verdade, nós é que criamos dentro de nosso coração.
Este nó vai estrangulando a passagem do oxigênio exatamente naquele compartimento do nosso coração.
É um nó, é outro nó, e logo teremos um "colar de nós" que vai apertando a nossa garganta, mas é um incomodo que vem lá do coração.
Conforme estes nós vão se instalando em nosso coração, vão nos transformando em pessoas amargas, vingativas, cheias de queixas, cheias de mágoa, cheias de ódio.
Nossa vida vai se modificando e nem percebemos o quanto estamos nos tornando pessoas dignas de compaixão; os amigos e parentes vão se afastando de nós e a solidão passa a ser a nossa maior companheira.
Embora na maioria das vezes, aqueles a quem não perdoamos nem tenham consciência disto, este nó onde seu nome e sua imagem estão desenhados e guardados dentro de nosso coração, representam uma parcela da sua energia que fica ali aprisionada, cativa, distante.
Esta energia fica lá dentro do nosso coração paralisada, endurecendo, apodrecendo dentro dos nós, sendo alimentada pela força de nosso pensamento e de um sentimento negativo, sem proveito algum para quem quer que seja.
As paredes do nosso coração vão engrossando, vão endurecendo, formando uma fronteira entre o mundo externo e nós mesmos, entre o seu pulsar natural e o mundo. Parece que passamos a viver apenas entre as paredes grossas deste muro construído com uma argamassa de rancores, de queixas e de lamentações.
Com o tempo, estes nós vão se expandindo por todo nosso ser, se refletindo em problemas de saúde, transformando nossa vida num sofrimento e num isolamento cada vez maior.
Existe um grande objetivo divino por trás deste conjunto único e complexo que somos cada um de nós.
Nós não fomos dotados de inteligência e de tantas outras qualidades maravilhosas para nada. Se mais nada explorarmos dentro de nós, nossa inteligência e a busca pela felicidade sempre falarão mais alto.
É a nossa inteligência somada ao impulso natural ligado ao instinto de sobrevivência, que nos levam a caminhar para a frente, que vão nos ajudar a perceber que é muito mais saudável, mais pratico e mais amoroso perdoarmos a todos aqueles que trazemos aprisionados em nosso coração, libertando-os e eliminando este peso, que tanto nos tem prejudicado.
Cada um de nós traz em si a condição natural da liberdade de ação, o famoso "livre arbítrio", que nos faz únicos em nossa individualidade.
Podemos, com a ajuda de nosso senso de observação, perceber os fatos e as pessoas a partir de nossos sentimentos, de nossa experiência de vida, impulsionados pelas nossas necessidades pessoais, movidos por afinidades e assim por diante e aí reside a magia do viver.
Na verdade, a partir do momento em que passamos a responder por nossas decisões, por nossos sentimentos e por nossas atitudes, depende de nós mesmos o quanto nos empenhamos para desenvolver nossos talentos, para criarmos um ambiente de leveza, de alegria, de gratidão na nossa vida e ao nosso redor.
Todos nós, ainda antes de virmos a este mundo, fomos instrumentalizados com as ferramentas para construir uma vida plena e sempre recheada de novas conquistas, mesmo que por muitas vezes, surjam obstáculos a serem superados. Aliás, é para isto mesmo que aqui estamos - para nos superarmos diariamente, ampliando nossos potenciais, exercitando nossa capacidade pratica de encontrar soluções para as questões do dia a dia.
Portanto, nem que seja apenas por senso prático, é mais inteligente e vantajoso perdoarmos e tirarmos do nosso coração o nó da mágoa, do rancor, da vingança e substituí-lo rapidamente pelo perdão.
Quando colocamos muito peso na nossa bagagem, nosso caminhar pela vida se torna mais cansativo, mais doloroso, mais sofrido e pesado e o trajeto se parecerá mais longo e tortuoso.
Portanto, é melhor nos despojarmos de tudo o que possa representar um peso a mais, para conquistarmos a liberdade de viver sem amarras a nos dificultar a ação.
Pense nisto...

Lúcia M.

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