sábado, 23 de janeiro de 2010

Deuses

Esta fase de "sexigenária" é bem interessante, porque além do desconto em cinemas e teatros e do direito a andar de ônibus sem pagar, é uma fase de revisões de valores. E então, depois de quase sessenta anos de vida bem vividos, de voltas e contra-voltas, de muitos acertos e de muitos deslizes, este é o momento de Balanço, vamos assim dizer. É assim como fazer um passeio pelo universo de valores, crenças e costumes e revirando-os de cabeça para baixo, examiná-los como se examina uma cobaia em laboratório. E nesta biópsia vou percebendo o quanto não só meu físico foi se modificando, mas, todo o meu ser e os valores que trago cá dentro comigo. Valores que me foram sendo passados desde o leite materno até a atuação das manobras da mídia a serviço dos que tem o poder de manipulação das massas. A maioria destes valores foram sofrendo metamorfoses e foram perdendo seu caráter de verdade absoluta. Num processo de faxina interna, vou descartando o obsoleto e dando espaço a novos ares, acompanhando a nova realidade na História da humanidade.e do Universo inteiro. E não poderia deixar de incluir aqui a participação dos valores, conceitos e dogmas da Igreja Católica, onde fui criada. Me flagro a recordar das ilustrações do livro preparatório para a minha . "Primeira Comunhão" (quando fiz a minha estréia como "noiva vestida de branco"). Os catecismos apresentavam a imagem do inferno com demônios avermelhados com seus tridentes cutucando os habitantes daquele lugar, ardendo em chamas e implorando por um alento e do quanto aquela figura impressionou a minha alma infantil. Lembro-me também da imagem de um Deus sentado em um trono de Rei (parecido com os tronos dos reis europeus retratados nas pinturas da Idade Média) com uma expressão autoritária de quem comandava toda a vida aqui com seu olhar de poderoso e onipotente. As catequistas diziam que ele era Onisciente, Onipresente e que passava seus dias fuçando o que cada um de nós estava fazendo de bom ou de mal e que aquela autoridade era "justa" e que nos mandaria para aquela fogueira enorme e eterna que era o Inferno ou para aquele Céu de paz e sem graça,onde anjos alados passavam os seus dias tocando harpa, cantando, comendo uvas ou planando. Aquele era um Ser distante e poderoso a ser temido e para que nos mantivéssemos eternamente imbuídos do sentimento de medo e de devedores a Ele, contávamos com uma classificação dos pecados, uma espécie de Tabela prática de pontuação, para nos ajudar a classificarmos por nós mesmos nossas faltas cometidas e mantermos a nossa “conta divina” sempre no "vermelho". O medo e a sensação de ameaça não eram a poderosa arma de controle sobre nós, crianças apenas, mas, sobre todos os seres viventes deste planeta. Hoje, observando à distância todo este "roteiro", fico impressionada ao constatar o quanto é poderosa esta estratégia de domínio e o quanto ainda é utilizada com sucesso, não só por inúmeras seitas e religiões, desde as mais antigas até as mais modernas, que pululam a cada semana em todas as esquinas, mas, também pelos governos em geral e sistemas de saúde inclusive. A campanha anti-terror, a campanha contra imigrantes, a campanha contra o tráfico de drogas, contra a instalação de usinas nucleares, a favor das vacinas contra a gripe H1N1e anti-AIDS, os Decretos Papais, todos alimentam seu "script" com exemplos bem sucedidos de estratégias de submissão dos povos através de crenças religiosas e políticas, aplicadas tão habilmente que nem sequer inspiram qualquer tipo de desconfiança do cidadão comum, preocupado com sua decência moral, com sua segurança física e econômica e com seu progresso material e intelectual.. A Era de Aquário é uma realidade concreta, e com ela, a retirada dos véus que cobriam nossa cabeças e corações, num movimento que acompanha a mudança de intensidade da emissão dos raios solares, a mudança de posição do eixo magnético da Terra, as mudanças de significado de todas as Instituições que até ontem inspiravam credibilidade e respeito. É como se a luz do Sol, mais próxima de nossa existência terrena, tem a função de iluminar a escuridão da submissão e do sentimento de inferioridade diante de tantos poderosos controlando a vida de todos nós, a começar daquele Deus mandão e autoritário cheio de julgamentos egocêntricos, nos levando a nos sentirmos devedores eternos sem perdão em um sistema de valores morais e espirituais para sempre inatingíveis. Amigo, amiga, relaxe. Nem os governos, nem as organizações mundiais representantes dos supostos interesses pela paz e pela solidariedade entre os povos, nem as religiões estão de verdade preocupados com a sua auto estima e amor próprio, com o seu encontro com a sua verdade mais recôndita, escondida por muitas Eras sob véus pesados de verdades inventadas. Relaxe! Podemos ser livres! Podemos ser livres e mesmo assim, ser felizes! Aí está a Física Quântica para nos explicitar a tônica desta nova Era a que estamos pertencendo, sem barreiras, onde todas as possibilidades levam ao que é possível, desde que respeitando as Leis do Universo criadas por Deus e exploradas por nós homens. Não há mais motivo para que nem um ser humano se sinta prensado diante de uma parede impenetrável, diante de pressões externas. Este é o momento de redescobrirmos em cada um de nós a nossa capacidade de realizarmos aquilo a que nos propusermos a ser - a criar - a ter. Sabe, a vida aqui na Terra não precisa necessariamente ser sofrida. O que a faz tão sofrida é justamente este complexo de inferioridade e de devedor eterno que nos foi "injetado nas veias". Eliminando este conceito de pecador em débito constante, tira-se o peso que enverga nossas costas e que nos faz enxergar apenas o chão, esquecendo-nos de admirar os movimentos constantes do céu com as nuvens que não param de caminhar e de se embaralhar sobre nossas cabeças. As peças do seu "quebra-cabeças" interno não estão mais se encaixando? Não se preocupe, as de mais ninguém estão se encaixando também. Isto não é uma situação pessoal e exclusivamente sua. Desmonte esta imagem criada a partir destas peças, imagem que há apenas alguns meses fazia sentido, mas, que hoje faz com que estas peças se pareçam desconexas e remonte tudo, formando nova imagem e novo contexto. Não porque eu esteja sugerindo, mas, na verdade, porque esta é uma exigência deste momento de redescoberta do divino, que todos nós estamos vivendo.

Lúcia M.

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