quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dialogando com a Vida

A “Vida” está o tempo todo dialogando conosco e muitas vezes, a gente não consegue entender o que ela está querendo nos dizer, como se houvesse uma diferença de idioma entre nós e “ela”. Teimamos em continuar conduzindo nossa vida por uma direção que não é a mais adequada, mas, continuamos e vamos seguindo por aquele caminho, até que de repente, a ”Vida” nos manda um recadão, daqueles que não dá para fingirmos que não percebemos. E então, infelizmente, a primeira reação da gente é reclamar, maldizer a vida, maldizer a Deus, maldizer o destino, e por aí vai... E porque será que acontece assim com a grande maioria das pessoas? Porque não paramos para prestar atenção no que nosso “Eu” tem a nos “dizer”. Teimosamente, por comodismo, agimos como se não estivéssemos entendendo que aquela é a oportunidade que a Vida está nos proporcionando para iniciarmos a nossa mudança para enfim, expandir o nosso melhor. Muitas vezes, insistimos tanto em permanecer na mesma postura, naquela posição, como seres estáticos, que a Vida se vê forçada a apelar para uma situação mais drástica, para ver se consegue nos movimentar em direção ao novo. E, insistentemente, sem pararmos para prestar atenção ao que acontece, ficamos a nos lastimar e a praguejar contra a vida, nos colocando na posição de vítimas do destino, insistindo na postura estática, sem captar que vida é antes de mais nada, movimento, dinamismo. Damos importância a tantas coisas externas, depositamos nossa energia em coisas, em pessoas, em lugares, em projetos, que nem de longe nos dizem respeito e não percebemos que vamos nos distanciando de nosso “Eu”, que encolhidinho, fica lá jogadinho num canto, aguardando pelo momento de ser reconhecido na sua importância, de ser “escutado” e de ser valorizado como merece. A “Vida” não mede esforços para que cada um de nós caminhe em direção à evolução, ao progresso pessoal, mesmo que nem sempre enxerguemos com lentes transparentes, sem disfarces, sem subterfúgios, sem justificativas inventadas como desculpa para adiarmos o momento das mudanças que precisam acontecer. Também não é preciso que nos martirizemos e nos sintamos culpados e em débito pela nossa demora em tomar a iniciativa de mudar a direção do nosso leme no mar da vida. Não há porque se culpar, não há porque pensar que não somos dignos de oportunidades melhores e mais estimulantes na nossa jornada. Muitas vezes nos comportamos como crianças mimadas diante da vida, que pacientemente nos ajuda a levantar e encontrar o ritmo e a melodia correta para “dançarmos” juntos a “dança da Vida”. A Natureza não dá salto e o fruto colhido antes do tempo perde completamente seu sabor e viço. No programa dos “Alcoólicos Anônimos” aprende-se a respeitar o ritmo natural da vida e aprende-se que o importante é viver cada dia como se fosse único, dando um passo de cada vez. O grande segredo da nossa existência, do nosso caminhar é: viver um dia de cada vez intensamente, saborear com todo nosso ser tudo que a vida nos oferta diariamente, estabelecer metas claras, focar em nossos objetivos, confiar e seguir adiante na certeza de alcançar o que se deseja, mas sempre em concordância com aquela vozinha interior, que não se cansa de “cochichar” no nosso ouvido aquilo que de melhor podemos fazer por nós mesmos. Quando assimilamos isto, instantaneamente percebemos que não mais os outros são os culpados por nossas fraquezas, por nossas falhas, pelos acontecimentos aparentemente desastrosos em nossa vida. Tomamos as rédeas da nossa vida e com ela interagimos em clima de parceria, sem fazer dela uma inimiga cruel ou atribuir-lhe poderes absolutos e supremos de autoritariamente nos negar aquilo que é de bom e de nos castigar por falhas e deslizes cometidos. Esta herança milenar de nos sentirmos perseguidos, culpados ou indignos do direito à própria felicidade, que tem suas raizes nos sistemas políticos autoritários e nas crenças religiosas medievais, baseados no culto à autoridade maior que era quem determinava se e quando poderiamos ter acesso a direitos elementais e no castigo, ainda se faz muito presente no nosso inconsciente coletivo e precisamos urgentemente esvaziar esta “mochila” que nos arca as costas e nos reconhecemos como seres livres e com ritmo próprio de evolução. O José Simão, conhecido nosso da mídia escrita, criou um “slogan” que retrata muito bem tudo isto, dizendo”- “Quem fica parado é poste.”

Lucia M.

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