sexta-feira, 14 de agosto de 2009

De quem é a culpa?

Tenho aprendido tantas coisas novas, produtivas e todas tão úteis para a minha vida, que criei este BLOG só para compartilhá-las com você, esperando poder lhe ajudar a encontrar soluções para as situações do seu cotidiano .
E a culpa é uma destas questões, que nos atormenta a alma desde a criação dos sistemas de dominação das “massas”: os sistemas políticos e a criação das religiões, recheados de castigos e de “pecadores culpados” aguardando pelo perdão.
A culpa, como uma espada afiada cravada em nossas costas, incomoda, fere, fura, faz doer. Nos traz um sentimento de decepção, de aprisionamento, corroendo completamente o nosso prazer de viver.
Ela nos rouba a alegria de viver, nos levando a caminhar cabisbaixos, fazendo-nos esquecer de elevar o olhar para apreciar o céu, o sol, as nuvens, nos furtando o direito de sonhar.
Como fui sempre cheinha de corpo desde que me entendo por gente, de tempos em tempos, praticava alguma dieta “miraculosa”, que algumas vezes, me ajudava a perder alguma medida a mais.
Mas, observei que quando eu colocava ansiedade e culpa no alimento que ingeria, ele milagrosamente crescia muito mais dentro do meu corpo, provocando um rápido movimento dos ponteiros da balança em direção aos números mais altos.
Pude perceber, inclusive, que ingeria sempre muito mais do que o necessário, como coadjuvante do sentimento de culpa. Era como se não me perdoasse pelo corpo que tinha e ao mesmo tempo, me punisse comendo mais do que o devido. Não havia possibilidade alguma de perder peso e medidas, neste circulo completamente vicioso.
E aqui com meus botões, fiquei pensando justamente no que representa a culpa neste contexto.
O diabético ingere o doce proibido, que já entra no seu corpo temperado com muita culpa, pois, sabe que as conseqüências deste açúcar no seu corpo não serão as mais amistosas.
O alcoólatra quando bebe, ingere junto com o álcool uma tonelada de culpa, pois, já sabe que o dia seguinte o aguardará no mínimo com uma terrível dor de cabeça.
E assim acontece em inúmeras ocasiões na vida de todos nós.
Você há de concordar comigo, que não há nada mais confortável do que lançar mão rapidamente de alguém para ser responsabilizado por algo ou por tudo aquilo que não tem dado certo na nossa vida. Identificá-lo é uma alegria, exaltando a sua culpa, enquanto aliviamos a nossa. Um verdadeiro alívio!
Então, aprendi que o melhor a fazer é estar de bem com as escolhas que faço e assumí-las com muita sinceridade e clareza de intenções, para não me sentir traída por mim mesma, me furtando a usufruir do prazer de uma sobremesa dos deuses, ou de algumas taças de vinho maravilhoso, ou de uma noite de amor - sem medo de ser feliz.
Não nos damos conta de quanta frustração muitas vezes, projetamos sobre nosso corpo, nas entranhas de nossas células, criando doenças, deformidades, alergias, baixando a imunidade para a passagem de vírus, criando dependências, etc.
Bruce Lipton é um biólogo americano, pesquisador de células-tronco, que escreveu um livro chamado: A biologia da crença . Neste livro, ele afirma cientificamente que todos nós podemos interferir no funcionamento das nossas células a partir de mudanças de paradigmas, de crenças, colocando nossa vontade e pensamento direcionados para atuar.
Ele afirma que somos dotados de uma capacidade transmutadora de energia e de total autonomia sobre nossa vida e sobre todo o funcionamento de todas nossas células.
Aprendi que os átomos, componentes de nossas células, tem em seu “miolo” o vazio – que é justamente onde são armazenadas as energias que nós mesmos produzimos e emitimos através dos pensamentos, de nossos desejos, do que sentimos, etc.
Fiquei pensando que devo ter preenchido estes espaços vazios das minhas células, inúmeras vezes, com afirmações de baixa-estima, com frases negativas em relação a mim mesma e a outras pessoas, sem me dar conta do que fazia.
Então, ao invés de fazermos como aqueles talebãs, que ficam se chicoteando em público até cair, se esvaindo em sangue e vencidos pela dor, ao contrário, podemos começar a prestar mais atenção às mensagens que nossa alma e nosso corpo nos dão o tempo todo, podemos começar a nos amar, a nos respeitar como nunca até então.
Culpa não combina com espontaneidade, com prazer, com liberdade, com alegria, com perdão, com leveza e menos ainda com amor.
A culpa é sombria, comprime nosso coração, sufoca nossos estímulos positivos para a ação, nos paralisa, nos torna vingativos e cruéis.
O perdão atua como um analgésico, aliviando aquela dor que torturava nossa alma não nos permitindo usufruir da vida livremente e nem compartilhá-la com os outros com o prazer merecido.
Podemos nos propor desde já a começar a mudar os nossos padrões de comportamento e abdicar a uma infinidade de crenças “injetadas” em nós, desde nossos antepassados, ao longo dos séculos, que nos impôs sempre um sentimento de devedor irremediável e podemos iniciar esta “reforma” identificando uma a uma para poder eliminá-las.
Compreendendo que aquilo que valorizávamos há algum tempo atrás perdeu seu significado completamente e hoje não nos sensibiliza mais, que aquela pessoa que para nós era tão especial perdeu seu lugar no “podium” da nossa vida, conseguimos ampliar nossa percepção dos fatos e nos perdoarmos. Compreendendo com o coração aberto, que aqui estamos apenas para aprender diariamente com as lições da vida e que somos todos seres mutantes (como dizia o Raul Seixas, somos uma “metamorfose ambulante”) conseguimos compreender sem sofrimento que assim como nós, também o “outro” ao nosso lado segue a sua rota, perseguindo à sua moda aquela que é a meta principal da vida de todos nós: ser feliz.

Lúcia M.

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