terça-feira, 8 de outubro de 2013

Cinema com livros

Quero compartilhar aqui com você algo muito interessante e pitoresco que acontece logo aqui ao lado, na cidade de Campinas.
Dentro de um pequeno shopping center chamado “Shopping Prado” existe um cinema (cine Topázio) especializado em filmes europeus, o único deste gênero na cidade de Campinas, em que as salas de projeção raramente se encontram lotadas de gente. É lá que costumamos assistir a excelentes filmes europeus.
Como o cinema europeu não cultiva explosões, perseguições, tiroteios, assassinatos, análise do sangue, de ossos e de roupas pelo FBI e pela CIA,  não costuma também incluir em seus filmes personagens femininas vestidas com roupas de couro preto e cobertas de armamentos pesados e como os atores europeus são de uma naturalidade tal que dá até vontade da gente pedir desculpas por estar xeretando a sua intimidade sem pedir licença, os próprios filmes que são exibidos por si só selecionam o tipo de platéia que, em geral, gente que gosta também de ler.
Uma particularidade inédita caracteriza também este cinema: na ante-sala de projeção existem estantes cheias de livros para quem gosta de ler, com confortáveis poltronas revestidas em couro para quem quiser se sentar e ficar lendo um pouco antes de entrar no cinema propriamente.
A biblioteca é farta e de excelente nível, com acervo variado, inclusive com obras em outros idiomas.     
Pode-se ler lá e pode-se levar para casa sem o compromisso de ter que fazer um cadastro para isso. A pessoa se compromete a devolver o livro – e devolve. É sugerido que sejam feitas doações para a biblioteca. Assim, o acervo é constantemente enriquecido, sem desfalque, já que as pessoas doam em quantidade, sempre presenteando a biblioteca com aquele livro que já foi lido e que pode desocupar as estantes da sua casa.
É um tipo de proposta tão civilizada, que a gente se sente como se estivesse em algum país nórdico, Dinamarca, Suécia, tal a evolução de conceito e de comportamento do público.
Além disso, é uma iniciativa que nos estimula a pensarmos em possibilidades semelhantes em outras versões mais próximas do nosso cotidiano, talvez em relação à montar uma feira de troca de gibis ou de brinquedos para crianças, ou uma troca de bolsas e bijuterias para mulheres, ou de revistas de carro, de motos e de futebol para os homens.
Em São Paulo existe algo do gênero, então, fica aqui a idéia...vamos cozinhando-a até surgir uma aplicação bem prática para ela aqui na nossa região. 
Pense nisto você também.
Namastê


Lúcia M.   

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