Quero compartilhar aqui com
você algo muito interessante e pitoresco que acontece logo aqui ao lado, na
cidade de Campinas.
Dentro de um pequeno shopping center chamado “Shopping Prado”
existe um cinema (cine Topázio) especializado em filmes europeus, o único deste
gênero na cidade de Campinas, em que as salas de projeção raramente se
encontram lotadas de gente. É lá que costumamos assistir a excelentes filmes
europeus.
Como o cinema europeu não
cultiva explosões, perseguições, tiroteios, assassinatos, análise do sangue, de
ossos e de roupas pelo FBI e pela CIA, não costuma também incluir em seus filmes
personagens femininas vestidas com roupas de couro preto e cobertas de
armamentos pesados e como os atores europeus são de uma naturalidade tal que dá
até vontade da gente pedir desculpas por estar xeretando a sua intimidade sem
pedir licença, os próprios filmes que são exibidos por si só selecionam o tipo
de platéia que, em geral, gente que gosta também de ler.
Uma particularidade inédita
caracteriza também este cinema: na ante-sala de projeção existem estantes cheias
de livros para quem gosta de ler, com confortáveis poltronas revestidas em
couro para quem quiser se sentar e ficar lendo um pouco antes de entrar no
cinema propriamente.
A biblioteca é farta e de
excelente nível, com acervo variado, inclusive com obras em outros idiomas.
Pode-se ler lá e pode-se
levar para casa sem o compromisso de ter que fazer um cadastro para isso. A
pessoa se compromete a devolver o livro – e devolve. É sugerido que sejam
feitas doações para a biblioteca. Assim, o acervo é constantemente enriquecido,
sem desfalque, já que as pessoas doam em quantidade, sempre presenteando a
biblioteca com aquele livro que já foi lido e que pode desocupar as estantes da
sua casa.
É um tipo de proposta tão
civilizada, que a gente se sente como se estivesse em algum país nórdico,
Dinamarca, Suécia, tal a evolução de conceito e de comportamento do público.
Além disso, é uma iniciativa
que nos estimula a pensarmos em possibilidades semelhantes em outras versões
mais próximas do nosso cotidiano, talvez em relação à montar uma feira de troca
de gibis ou de brinquedos para crianças, ou uma troca de bolsas e bijuterias
para mulheres, ou de revistas de carro, de motos e de futebol para os homens.
Em São Paulo existe algo do
gênero, então, fica aqui a idéia...vamos cozinhando-a até surgir uma aplicação
bem prática para ela aqui na nossa região.
Pense nisto você também.
Namastê
Lúcia M.
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